segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Uma visão dos estudantes de Escultura e Reciclagem sobre a Arte Contemporânea


Talvez, seja com a arte contemporânea, que um artista sinta a liberdade de fazer suas próprias experimentações sem estarem ligadas a embasamentos técnicos passados ao longo do tempo. É como se ele mesmo fosse o primeiro a utilizar uma técnica para a criação da obra, porque verdadeiramente o é. A busca da melhor técnica geralmente não se dá em tentar recorrer às técnicas de artistas passados com a finalidade de achar a mais adequável para a realização do seu trabalho e sim em tentar criar uma técnica nova e eficaz para poder realiza-lo. Através da arte contemporânea, surge um questionamento sobre a imagem diferentemente dos que as artes clássicas puderam transmitir. Nem tudo o que se vê é realmente aquilo que percebemos num primeiro instante.
Muitas são as obras da arte contemporânea que expressam uma sensação de repulsa e estranhamento aos espectadores, pois a finalidade deve consistir em dar ao objeto a propriedade de visão e não de reconhecimento. Uma cadeira, por exemplo, não deverá ser entendida como cadeira. O artista contemporâneo fornece a um objeto simples outro significado, aumentando e dificultando a percepção prolongando-o por mais tempo. E é esta sensação de estranheza muito habitual das obras contemporâneas que nos distanciam do mundo tal como aprendemos. Novos significados e reflexões para coisas meramente comuns que a arte contemporânea nos propicia no pensamento que desafia os conceitos preconcebidos sobre o mundo
Ao se ter a experiência de estar envolvida com escultura, novas informações sobre sua importância tanto para a história da arte, quanto para a sociedade, se adquiri.
Antes de decidir qual técnica deverá se empregar e com qual material será composto o trabalho escultórico, deve-se primeiro pensar. A idéia é a primeira e fundamental etapa para se realizar uma satisfatória obra..
Desenhando, mexendo com a plástica, cortando; gerúndios que fazem parte da elaboração de uma obra de escultura seja ela feita com argila, metal, cera ou através de ready-made.
Observo os trabalhos da antiguidade e os contemporâneos. Os artistas clássicos trabalhavam com a escultura principalmente na representação dos corpos humanos ou deuses. Aos artistas contemporâneos ficou caracterizado que o trabalho modelado pode representar até mesmo nada. Uma imagem em relevo da abstração.
A reciclagem juntamente com a escultura proporciona uma interatividade bastante interessante uma vez que se pode criar um ótimo trabalho de escultura com materiais simples e bastantes comuns nos ambientes urbanos.


Letícia Câmara da Silva





No mundo, tudo está sempre em mutação, inclusive a arte. Na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, atualmente, há uma disciplina chamada Escultura e Reciclagem, na qual a escultura é tratada a partir do material. A estatutária é considerada uma pequena parte da escultura, talvez a menos importante. A técnica, a modelagem e o entalhe cederam lugar as pesquisas e aos métodos de construção. A partir dos diversos materiais, de resíduos industriais, pesquisa-se a forma. Verificam-se as possibilidades de criar corpos, formas tridimensionais, volumes. Além do método de se construir um objeto a partir de outro objeto ou partes desse objeto, a partir do material pesquisado, chega-se também a ocupação do corpo no espaço, através da instalação e performance.
Considerando-se que fazer arte hoje é fazer eventos, a escultura é tratada do ponto de vista do artista, produtor de arte. Tal visão não elimina o prazer do artista na construção de sua arte, nem o objetivo final de contemplação do público. Durante o decorrer do curso, os estudantes procuram construir obras carregadas de significados, tendo em mente que significado não é simplesmente simbolização. Pensando sempre que quanto mais significado a arte trouxer, dispensando palavras, melhor será.
Dessa forma, a disciplina está perfeitamente inserida no contexto atual, utilizando o conceito de ética, respeito, sustentabilidade e reaproveitamento, aliados a uma pluralidade de estilos, de linguagens, contraditórios e independentes, convivendo em paralelo.

Maria Cecília Vital Teixeira